As lições da greve operária de Cubatão

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O “presente” de natal de Paulo Barbosa: Aumento de 12% do IPTU e privatização dos serviços públicos!

Luiz Xavier, da Direção Regional do PSTU Baixada Santista

06/12/2013 - Fazendo jus ao “carinhoso” apelido que recebeu dos trabalhadores santistas, o prefeito “Paulinho Paulada” - com apoio do seu séquito de vereadores – anunciou há poucos dias o seu “presente” natalino à população de Santos: o aumento escandaloso de 12% do IPTU e a privatização de serviços públicos de saúde. 

Desse modo, o prefeito tucano e sua corja de vereadores conseguem dois “feitos” numa “paulada” só: por um lado, aumentam a receita do município à custa de mais imposto sobre o povo, prejudicando, sobretudo, as famílias mais pobres; por outro, despejam dinheiro público nos bolsos de empresas privadas que vão operar os serviços públicos da prefeitura.
  
Em realidade, Paulo Barbosa está sendo um generoso “Papai Noel” para os empresários gananciosos e um verdadeiro “Judas” do povo santista. 

Aumento de 12% do IPTU é roubo!
Numa sessão extraordinária, às 10 horas da manhã do último dia 26 de novembro, a maioria dos vereadores de Santos disse mais uma vez amém ao prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) e aprovou o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) da cidade em 12%, um verdadeiro saque aos bolsos dos santistas. O aumento, muito acima da média das cidades da região, é o dobro da inflação prevista para o ano que vem (4,5%), o que deixará ainda mais caro o custo de vida dos trabalhadores e famílias pobres da cidade.

Na maior “cara de pau”, Paulo Barbosa justificou o aumento pela valorização em mais de 100% da maioria dos imóveis da cidade, e que por isso a prefeitura não estaria aumentando 12%, mas dando “um desconto de 88%”. O que o prefeito não diz é que os salários dos trabalhadores não aumentaram em 100%. Na verdade, a grande maioria dos trabalhadores não teve nem mesmo um aumento de 10%. 

A maioria das famílias está endividada e sofre para pagar as contas do mês. O que o tucano esconde é que a valorização dos imóveis apenas serviu para engordar os bolsos das grandes construtoras e imobiliárias, tornando quase impossível para um trabalhador comprar sua casa própria na cidade e até mesmo alugar um imóvel.

A verdade é que essa é mais uma medida que tem como objetivo expulsar os trabalhadores e a população de baixa renda de áreas com potencial imobiliário, para beneficiar os especuladores e grandes construtoras, obrigando-os a ir para os municípios vizinhos e áreas de assentamento precário. Lógica semelhante é colocada em prática com a proposta de construção do túnel entre Guarujá e Santos, que pretende desapropriar as casas dos moradores do Macuco, bairro operário tradicional da cidade. 

Paulo Barbosa quer privatizar os serviços públicos!
Se não bastasse o “imoral” aumento do IPTU, Paulinho “Paulada” e os vereadores aprovaram, em 18 de novembro, um Projeto de Lei (242/2013) que escancara as portas da prefeitura para as Parcerias Público-Privadas – PPP.

As famigeradas PPPs nada mais são que um modelo de privatização e terceirização do patrimônio público. A Prefeitura fica desta forma autorizada a entregar prédios, equipamentos e serviços para empresas privadas.

Além da aprovação das PPS, os vereadores de Santos, seguindo orientação do prefeito, aprovaram também o Projeto de Lei 282/2013, que abre a possibilidade de serviços e equipamentos públicos serem entregue para as Organizações Sociais – O.S., que nada mais são “uma máfia” de empresas disfarçadas de entidades filantrópicas. Essas “O.S” são uma das principais fontes de corrupção instaladas em todo país. 

Para piorar, os servidores públicos municipais serão duramente atacados com essas medidas: o regime de trabalho será precarizado; será cada vez mais difícil abertura de concursos públicos; os novos trabalhadores contratados receberão salários rebaixados e terão poucos direitos; o comando dos equipamentos da prefeitura ficará nas mãos das empresas privadas; entre outras nefastas consequências, que podem ser dramáticas. 

O discurso tucano na cidade é claro: austeridade. Ou seja, ataque aos servidores. Desde o início de seu mandato, Paulinho Paulada ofereceu 0% de reajuste para os servidores e tem espalhado o discurso de que o orçamento bilionário da Prefeitura é sacrificado com o funcionalismo público. Uma grande mentira que deve ser combatida com a organização dos servidores públicos e o apoio da população.

É necessário organizar a luta!
Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) e os vereadores novamente demonstram que governam para os ricos, contra os trabalhadores e a população pobre da cidade! É preciso ir à luta contra essas medidas anunciadas. Os trabalhadores e a população santistas não querem o aumento do IPTU e a privatização dos serviços públicos!

O PSTU defende:

- A imediata revogação do aumento do IPTU! Isenção da cobrança para as famílias que têm renda até três salários mínimos! Sobretaxação dos empreendimentos imobiliários de luxo voltados à especulação!

- Revogação imediata das leis que privatizam os serviços públicos! Pela valorização dos servidores municipais! Em defesa do serviço público de qualidade! Abertura imediata de concursos públicos!

Projeto de túnel entre Santos e Guarujá ameaça milhares de famílias. É preciso barrar as desapropriações!

Luiz Xavier e Márcio Souza da Luz 

27/11/2013 - A eterna promessa de construir uma interligação eficiente entre os municípios de Santos e Guarujá, com condições de substituir o atrasado sistema de balsas, é uma daquelas histórias que de tão antigas parecem ter virado lenda. Não foram poucos os projetos apresentados ao longo dos anos com a promessa de erguer ora pontes, ora túneis. 

Para se ter uma ideia, há o registro de "estudos" para a construção de pontes desde 1927. Desde então, novos projetos são cancelados e esquecidos com a mesma rapidez com que surgem e são divulgados na imprensa. Se não envolvesse tanta demagogia de um lado e transtorno e frustração do outro seria motivo de piada. Mas não é.

O que no governo de José Serra (PSDB) seria uma ponte, com direito à inauguração patética de uma maquete em ano (2010) eleitoral, sob a atual gestão de Geraldo Alckmin se transformou em um ousado túnel submerso que envolve a desapropriação de milhares de famílias e a privatização de mais uma obra erguida com dinheiro público.

Se na época de Serra o projeto estava avaliado em R$ 700 mil, a nova empreitada não sairá por menos de R$ 2,4 bilhões - valor considerado por muitos especialistas acima do normal. A construção será bancada pelo Estado, mas depois de concluída será entregue gentilmente à iniciativa privada. 

Prejuízo para o povo, lucro para os empresários

Além de ser custeado com recursos públicos e entregue logo em seguida à iniciativa privada, o túnel de Alckmin terá cobrança de pedágio e o valor por automóvel deve ser igual ao da balsa, estipulado hoje em absurdos R$ 9,10. A empresa privada, que terá o controle do túnel, além de gerir uma obra bancada com dinheiro público, lucrará centenas de milhões de reais por uma travessia que será feita em poucos segundos. O esquema representa um verdadeiro roubo do dinheiro do povo em benefício de empresários corruptos e gananciosos.  

A promessa do governo tucano é de que a obra comece em julho do ano que vem e seja entregue em 2018. Contudo, o drama de milhares de pessoas já começou. As áreas de acesso a serem construídas para o trecho submerso irão causar a desapropriação de centenas e centenas de famílias. Mesmo diante dos protestos e da indignação dos moradores dos bairros que serão atingidos, com audiências lotadas e marcadas por vaias e protestos, os governos e prefeituras ainda não garantiram nenhuma mudança efetiva. A estimativa espantosa é de que aproximadamente 1.500 casas em Santos e em Vicente de Carvalho (Guarujá) sejam demolidas. Com isso, quase 4 mil pessoas vão ter que deixar suas moradias.

Centenas de famílias, um mesmo drama

Apesar do drama e angústia de centenas de famílias que tem seus lares ameaçados, o gerente de projeto da Dersa, Estanilau Marcka, com toda “cara de pau” tem afirmado à imprensa que os imóveis serão vendidos pelos moradores "pelo valor de mercado e à vista", como se este fato representasse uma grande vantagem.

No entanto, todos sabem a forma duvidosa com que o poder público estipula o preço dessas residências, pois sempre subestima os valores a serem pagos. Mas não se trata apenas de dinheiro, a questão principal é que ameaça o direito ao lar dessas famílias, e isso não tem preço. 

O Macuco, bairro que deve ser atingido pelas desapropriações, é um dos mais tradicionais da cidade de Santos e carrega uma longa história. Diversas famílias estão ali há muitas gerações e existe, aliás, um forte passado operário por estar próximo da zona portuária. Com isso, a mudança forçada não causa apenas perdas materiais, mas também históricas. É a memória e a cultura de toda uma comunidade que está em jogo.

Em Vicente Carvalho, no Guarujá, o drama é ainda maior. As casas que devem ser desapropriadas estão localizadas em uma área ocupada por essas famílias - vítimas justamente do drama que milhões de brasileiros vivem: a ausência de moradia, o déficit habitacional que nenhum dos governos que se sucederam quis enfrentar. Para esses moradores, o governo abre como alternativa uma suposta transferência para projetos habitacionais. Mas a questão é: que família que vai querer trocar o seu lar por um projeto duvidoso e até hoje apenas retórico?

Para piorar, o gerente de projeto da Dersa, Estanilau Marcka, sugeriu que os moradores do Guarujá descontentes com a proposta de ressarcimento de benfeitorias “poderiam voltar para seus Estados de origem”. Esse engenheiro deveria ter pedido demissão depois de tamanha afronta e desrespeito aos moradores atingidos pelo projeto. 

Por que não desapropriar áreas empresariais?

Uma pergunta anda na boca do povo: por que o traçado do projeto do túnel passa por cima de bairros populares e não por cima dos terrenos de grandes empresas? Por que o governo de Alckmin (PSDB) prefere expulsar milhares de famílias que construíram com muito suor suas casas ao invés de desapropriar áreas de empresários milionários?

Todos sabem que há diversas áreas de empresas nas duas margens do canal do porto que poderiam ser utilizadas para as obras do túnel. Mas o governo não quer ferir o interesse dos empresários endinheirados, pois prefere desalojar famílias de trabalhadores. 

As famílias, tanto em Santos como no Guarujá, não querem sair de suas moradias mesmo com promessas de indenização e projeto habitacional. E essas famílias estão no seu direito legítimo. 

É preciso defender o direito dos moradores de permanecerem em seus lares. Se o governo quer mesmo construir o necessário túnel, há uma alternativa clara: desapropriar áreas pertencentes a grandes empresas.  

É preciso lutar e organizar a resistência!

A população de Santos e de Guarujá têm o direito de definir os rumos dessa obra. Os moradores atingidos diretamente por seus impactos, mais ainda. O PSTU apoia a luta travada por esses moradores e defende uma efetiva participação popular sobre os rumos deste e de qualquer outro empreendimento na região, assim como de qualquer projeto habitacional ou de infraestrutura. Para isso, é preciso criar um conselho municipal popular de habitação formado pelos trabalhadores e pela juventude, sem participação de empresas privadas e o controle das prefeituras, para decidir democraticamente sobre obras e planejamento urbano da região.

Mas é preciso mais. Não podemos confiar nas promessas vazias dos governos estadual e municipais. Os governos tucanos de Alckmin e Paulo Barbosa e o governo do PMDB de Maria Antonieta, no Guarujá, não estão ao lado do povo trabalhador. Para garantir nossos direitos, só podemos confiar na luta e organização de nossas comunidades.

Por isso, o PSTU defende:

- Não à expulsão dos moradores e a expropriação das casas!

- Pela mudança do trajeto do túnel! Que se desapropriem áreas empresariais e não as casas das famílias trabalhadoras! 

- Não à cobrança de pedágio no túnel! Chega de privatização!

- Organizar a luta e a resistência contra a desapropriação das casas!

- Nenhuma confiança nos governos do PSDB, PT e PMDB! 

Greves agitam Baixada Santista. É hora de unificar as lutas!

Luiz Xavier e Cauê Cavalcante

27/09/2013 - O salário não chega ao final do mês. Essa é a dura realidade da maioria dos trabalhadores. Enquanto as empresas e os bancos batem recordes de lucratividade, as famílias dos trabalhadores sofrem para pagar as contas e as dívidas contraídas.

Essa é a injusta realidade que atinge os trabalhadores e o povo brasileiro. Não à toa, os trabalhadores estão insatisfeitos com os salários e as condições de trabalho. Para piorar, os governos e empresários querem retirar direitos conquistados e entregar o petróleo nacional aos estrangeiros.

Para enfrentar a ganância dos patrões e os ataques dos governos, petroleiros, bancários, portuários, metalúrgicos e os trabalhadores dos correios estão se mobilizando. O grau de enfrentamento diante dos patrões e a disposição de luta de algumas categorias demonstram que as jornadas de junho, somadas aos dias nacionais de paralisações, têm influenciado diretamente algumas das campanhas em curso - muito mais fortes do que as travadas nos últimos anos. Agora é hora de unificar as lutas e arrancar vitórias. 

Bancários e trabalhadores dos correios em greve

A greve nacional dos bancários completou oito dias e fechou 10.586 agências e centros administrativos em todo país. Segundo a avaliação da Federação Nacional dos Bancários, trata-se da maior greve dos últimos anos e deve continuar crescendo em todo o país. A razão para isso é simples: a categoria está indignada com a postura intransigente dos bancos.

Em nossa região, de acordo com o Sindicato dos Bancários da Baixada Santista, a greve atinge 90% das unidades bancárias em Santos e São Vicente e 70% das agências em Cubatão, Guarujá e Praia Grande. A categoria reivindica 11,93% de reajuste salarial.  

Os trabalhadores dos Correios, por sua vez, também realizam uma forte greve no país. Neste momento, a greve ocorre em 20 estados da federação. Na Baixada Santista, diversas agências e centros de distribuição estão parados. Segundo o sindicato da categoria, a expectativa é que a mobilização ganhe força e atinja um número maior de agências nos próximos dias. 

Petroleiros vão à greve em outubro por ganho real nos salários e contra o Leilão do petróleo

Os petroleiros diretos da Petrobras preparam uma grande mobilização para o mês de outubro.  Já na próxima quinta-feira, dia 3, os 17 sindicatos da categoria no país organizam uma grande mobilização unificada com duas lutas que se combinam: exigir da companhia uma proposta que atenda às demandas dos trabalhadores, e pressionar o governo pelo cancelamento do leilão do Libra, que entregará o Pré-Sal do país às multinacionais estrangeiras. 

Mas a luta não para por aí.  Os petroleiros preparam uma grande greve a partir do dia 17. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista todos os sindicatos petroleiros do país, centrais sindicais e movimentos sociais, farão uma grande luta contra o leilão de Libra e pela defesa da Petrobras 100% estatal no dia 17. 

Estivadores em luta!

Os estivadores do Porto de Santos mantém uma forte mobilização em defesa dos trabalhadores avulsos. A nova Lei dos Portos, aprovada pelo governo Dilma, além de representar o avanço da privatização dos portos nacionais, significa um brutal ataque aos estivadores avulsos. Os terminais privados, agora, podem não contratar mais esses trabalhadores, pois têm o direito de contar com mão de obra própria, que receberá menos e trabalhará mais do que os atuais avulsos. 

Desse modo, milhares de estivadores estão ameaçados pelo desemprego e os baixos salários. No mais recente capítulo desse ataque, a Embraport não vem respeitando o acordo realizado com a categoria. Nesse momento, segue de pé o acampamento dos estivadores em frente à sede do OGMO em Santos. Além disso, os trabalhadores continuam realizando uma série de protestos e mobilizações que não têm data para acabar. 

Unificar as greves e lutas 

As categorias que estão em campanha salarial têm um inimigo em comum: os patrões e o governo, e por isso, devem unificar suas lutas. As empresas ou o governo não medirão esforços para impedir a organização dos trabalhadores, reprimindo as greves com o corte de ponto ou acionando a Justiça. E, para garantir seus lucros e privilégios, irão apresentar, ou já apresentaram propostas rebaixadas que, em muitos casos, não contemplam sequer a inflação do período.

Em nossa região, é fundamental unificar as lutas dos bancários, dos trabalhadores dos Correios, petroleiros, portuários e metalúrgicos. Nesse sentido, é um exemplo o ato unificado entre os bancários e os trabalhadores dos Correios, que ocorreu na última quarta-feira (25).

Unificando as lutas dos trabalhadores somos mais fortes para derrotar os patrões e os governos!

A importância da campanha contra leilão do pré-sal e o PL 4330

A tentativa de aprofundamento das privatizações tem como principal foco para o próximo período o leilão do Campo de Libra do pré-sal, previsto para acontecer no dia 21 de outubro. A principal campanha da CSP-Conlutas e muitas outras entidades no próximo mês será barrar esse leilão que entregará as riquezas do país para o capital estrangeiro. Nas campanhas salariais, é preciso também buscar incorporar essa campanha, com a votação de moções de repúdio ao leilão nas assembleias, por exemplo, entre outras ações.

Outro tema fundamental é a luta contra o PL4330. O governo e os empresários tentam ampliar e consolidar as terceirizações com a aprovação dessa lei. Por tudo isso, além de exigir melhores salários, é preciso também lutar para barrar os leilões do petróleo e a PL 4330, das terceirizações. 

Quem matou Ricardo? Nota do PSTU Baixada Santista

Luiz Xavier e Maria Clara
Direção Regional do PSTU Baixada Santista

08/08/2013 - O auxiliar de limpeza terceirizado que trabalhava na Unifesp (Universidade Federal Paulista), na Baixada Santista (SP), Ricardo Ferreira Gama, de 30 anos, foi assassinado por quatro homens encapuzados dois dias depois de ter sido agredido por policiais militares durante uma abordagem. O crime ocorreu na última sexta-feira, dia 2 de agosto. Desde então, estudantes, professores e ativistas dos movimentos sociais de Santos tentam decifrar este crime bárbaro.

No dia 31 de julho, Ricardo estava no intervalo do serviço e, de acordo com o DCE (Diretório Central dos Estudantes da Unifesp), respondeu "a uma ofensa" e "foi agredido pela polícia" em frente ao prédio da universidade. Os policiais estariam apurando supostas denúncias de tráfico de drogas. Cerca de 50 alunos da universidade testemunharam o fato. Logo após, Ricardo foi levado ao 1º DP de Santos.

No dia seguinte, de volta ao trabalho, Ricardo disse que foi procurado em sua casa pelos mesmos policiais. De acordo com os alunos, Ricardo avisou que os policiais disseram que, caso a denúncia continuasse sendo levada adiante, eles “iam resolver de outro jeito”.

O DCE cita que, na noite do dia 1º, "viaturas com homens não fardados, de cabeça para fora, rondavam a Unifesp. Pessoas também chegaram a ir à Unifesp [para] pedir, a funcionários, vídeos que estudantes teriam feito da agressão, e disseram que, se eles não entregassem, 'seria pior'".

Na madrugada de quinta (1) para sexta-feira (2) quatro homens encapuzados executaram Ricardo na frente de sua casa.

CLIQUE AQUI E VEJA O VÍDEO DA ABORDAGEM POLICIAL A RICARDO

Investigação e punição exemplar dos responsáveis pelo crime!

O PSTU se solidariza com a dor da família de Ricardo e defende uma investigação transparente e profunda sobre o caso. É necessária uma punição exemplar aos responsáveis pelo crime. Todas as evidências apontam para uma execução policial a sangue frio. Ricardo Ferreira, provavelmente, foi mais uma vítima da Polícia Militar que, todos os dias, mata jovens, negros e pobres inocentes nas comunidades carentes.

Os vizinhos não têm dúvidas sobre a autoria do crime. Em declarações à imprensa, amigos e moradores do bairro de Ricardo foram unânimes em afirmar que a polícia é a responsável pela morte de Ricardo. "Aqui ninguém suspeita de nada. Temos a absoluta certeza de que foi a polícia...", afirmou um amigo de Ricardo ao Jornal A Tribuna.

Não podemos permitir que mais essa morte bárbara e chocante passe sem investigação e punição. Os responsáveis pela morte de Ricardo precisam ser identificados, julgados e presos. Até o momento, nada foi feito de concreto pelo Estado para apurar as causas do crime. A única ação tomada foi a instauração de uma investigação preliminar da PM para apurar o envolvimento... da PM no caso. Ou seja, o resultado foi o esperado: "a investigação já foi encerrada sem nada provar contra os policiais que conduziram Ricardo ao DP", conforme descreve o jornal A Tribuna, em reportagem nesta quinta-feira (08/08).

Desmilitarização da PM já!
Fora Alckmin: corrupto e ditador!

No Rio de Janeiro, o pedreiro Amarildo segue desaparecido após ser detido pela PM. Em Santos, o auxiliar de limpeza Ricardo foi executado com oito tiros dois dias depois de sofrer uma agressão policial. Milhares de trabalhadores, negros e pobres morrem pelas mãos assassinas da Polícia Militar todos os dias. A Polícia Militar é uma máquina de matar inocentes e de repressão às manifestações populares.

É necessário destacar a responsabilidade de Geraldo Alckmin e dos sucessivos governos do PSDB em SP, que há 20 anos comandam uma Polícia corrupta, assassina e violenta. Alckmin, envolvido no escândalo do desvio de recursos públicos do Metrô e responsável pelas ações violentes e assassinas da PM, tem que ser varrido do governo! Cabral é responsável pelo desaparecimento de Amarildo. Ao que tudo indica, Alckmin também é responsável pela morte de Ricardo.

O PSTU defende a imediata desmilitarização da PM. Esse deve ser o primeiro passo rumo à dissolução da Polícia e da criação de uma força de segurança pública civil, controlada pelas comunidades e pela população.

Quem matou Ricardo?
Todos ao ato nesta sexta-feira (9)!

O PSTU se soma à luta pelo esclarecimento da execução e também quer saber: #quem matou Ricardo? É necessário que todos os movimentos sociais, entidades, trabalhadores e estudantes se somem ao ato convocado pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes da Unifesp). O protesto exigirá esclarecimentos sobre a morte do trabalhador e ocorrerá diante do campus da universidade, no bairro Vila Mathias, em Santos, nesta sexta-feira (9), às 17h. 

É preciso fortalecer a luta pelo esclarecimento deste crime. As primeira manifestações dos estudantes e ativistas têm feito com que o caso não seja esquecido e caia na impunidade. Para se ter uma ideia, no dia 3 de agosto o jornal de maior circulação da Baixada Santista (A Tribuna) havia reservado apenas um cantinho de página para o registro da morte de Ricardo, com uma nota de parágrafo único sem nenhuma referência à PM. Após as primeiras articulações e manifestações dos estudantes, com a divulgação de uma nota pública do DCE (leia abaixo), neste dia 8 de agosto o jornal foi obrigado a dar destaque ao assunto, inclusive com a opinião dos vizinhos e do DCE sobre o caso.

Santos, a Baixada Santista e o Brasil querem saber: onde está Amarildo e quem matou Ricardo?

O PSTU defende:

- Investigação, julgamento e prisão dos responsáveis pela morte de Ricardo!

- Desmilitarização da PM já!

- Onde está Amarildo?

- Quem Matou Ricardo?


Veja abaixo a nota do DCE da Unifesp:

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo vem a público relatar e se posicionar diante dos fatos ocorridos desde quarta-feira na Vila Mathias, em Santos-SP.

Na quarta feira, 31/07, Ricardo Ferreira Gama – funcionário terceirizado da Unifesp Baixada Santista – após responder a uma ofensa feita a ele, foi agredido pela polícia em frente da Unidade Central, na Rua Silva Jardim. Alguns estudantes agiram verbalmente em defesa de Ricardo e foram ao 1º DP, aonde os policias afirmaram que levariam o funcionário.

Chegando lá, os estudantes foram informados que Ricardo fora levado ao 4º DP. E no 4º DP, que eles estariam na Santa Casa. Ou seja, eles estavam sendo despistados. De volta da Santa Casa, onde realmente estavam os policias e o funcionário, foram avisados pelos próprios policias que cometeram a agressão que o rapaz tinha sido liberado e que estava tudo resolvido. Ele não teria feito Boletim de Ocorrência., pois “admitiu” que não fora agredido.

Um dos estudantes quis, ele próprio, abrir um Boletim de Ocorrência e, a partir disso, começou a ser intimidado pelos policiais. Assustados, os estudantes foram embora sem abrir o B.O.

Chegando na Unifesp, os estudantes foram procurados pelo Ricardo que disse ter sido procurado em sua casa pelos policiais dizendo que se estudantes não parassem de ir à delegacia, eles “resolveriam de outro jeito”.

Na quinta-feira (01/08) à noite viaturas com homens não fardados de cabeça pra fora rondavam a Unifesp. Pessoas também chegaram a ir pessoalmente na Unifesp pedir a funcionários vídeos que estudantes teriam feito da agressão, e disseram que se ele não entregassem, “seria pior”.

Pois, mesmo com o passo atrás em relação ao Boletim de Ocorrência e sem nenhum vídeo publicado, na madrugada de quinta para sexta-feira (02/08) quatro homens encapuzados mataram o Ricardo na frente de sua casa com oito tiros.

Na segunda-feira, 05/08, houve uma roda de conversa no campus sobre o caso puxada pela Congregação. A direção teve momentos vergonhosos, dizendo, por exemplo, que “o caso aconteceu da porta pra fora”, ou ainda, sob risos, que “os terceirizados são tratados da mesma forma que os demais servidores”.

Isso acontece num contexto em que o país ainda se pergunta “Onde está o Amarildo?” e em que a Baixada Santista enfrenta grupos de extermínio matam a juventude com um único critério: a vítima é pobre, preta e periférica.

Sabemos que a policia não garante a segurança da maioria da população pelo contrário, sendo um dos braços do Estado ela institucionaliza o controle social e exerce a repressão contra os trabalhadores, principalmente os negros e pobres. As politicas de segurança publica criminalizam qualquer ato resistente às imposições que seguem a lógica do mercado, suas elites e do governo. Não é essa segurança que queremos, que nos oprime, reprime e nos explora! Defendemos a desmilitarização da policia e uma segurança publica a serviço dos trabalhadores e não das propriedades privadas!

O Diretório Central dos Estudantes não se calará e se manterá em luta, junto da comunidade acadêmica e da classe trabalhadora contra a truculência e a violência policial contra a população pobre e trabalhadora.

Não nos calaremos até que seja respondida a pergunta: QUEM MATOU O RICARDO? E até que o Estado seja responsabilizado pelos seus crimes.

06 de agosto de 2013

Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo